quarta-feira, outubro 26, 2005

Quis matar o tio para herdar a bicicleta

Enfurecido por ter sido obrigado a devolver a bicicleta ao seu dono, um jovem decidiu dar cabo do seu tio para poder herdar aquele meio de transporte.

Artur Júlio, 32 anos, desempregado, diz recordar-se com profunda mágoa, os momentos por si passados, na tarde de sábado passado, dia em que ele diz ter sido agredido pelo seu próprio sobrinho, em Massinga, província de Inhambane. Segundo ele, tudo porque “ao invés de me devolver a bicicleta que eu lhe havia emprestado, o meu sobrinho preferiu tentar matar-me, para se apoderar definitivamente dela”, relata o homem.Artur diz que estava a beber numa casa vizinha, onde decorreria uma festa alusiva à abertura de uma barraca quando, a dada ocasião, ele deu pela presença do sobrinho no local. Porque, alegadamente, ele procurava o tal sobrinho há dias para lhe exigir de volta a bicicleta, na ocasião Artur preferiu exigir ali mesmo que o sobrinho lhe entregasse o velocípede de volta. “Apesar de na ocasião estar com a minha bicicleta, que ele sabia ser de minha pertença, ele se recusou a entregá-la, com a desculpa de que o mo-mento e o local não eram próprios. Ele disse que mais tarde a traria a minha casa, facto que eu não aceitei, porque já não confiava mais no meu sobrinho”, – afirma a fonte. “Decidi então não mais ouvir nenhuma desculpa ou justificação saída da boca dele, recuperando o que era meu. Face à minha exigência, o meu sobrinho acusou-me de o estar a ridicularizá-lo e a envergonhá-lo, em frente aos convivas, facto que viria a usar como justificação para começar a me espancar, alegadamente em salvaguarda da sua honra”, – revela Artur.

Corte de relaçõesA fonte diz que, de princípio, pensara que, ao espancar, o seu sobrinho pretendia apenas intimidá-lo para que ele desistisse de exigir a devolução da bicicleta. “Mas instantes depois, devido à violência com que me estava a agredir e, aliás, por ele ter prometido acabar comigo, entendi logo que, na verdade, ele pretendia era, mas é, dar cabo da minha vida, para ficar definitivamente com a bicicleta”, – diz a vítima.Artur afirma ainda que, por ele não dispôr de forças suficientes para enfrentar o sobrinho e, por na ocasião, o agressor ter ameaçado acabar também com quem se atrevesse a intervir na briga, “fez com que eu não fosse acudido pelos presentes o que, consequentemente, fez com que o meu sobrinho me batesse a torto e a direito e a seu bel-prazer”. “Ao ver que eu estava todo ensanguentado e a perder fôlego, foi então que o dono da casa decidiu intervir para evitar que eu fosse morto ali mesmo no seu quintal, o que a acontecer lhe traria imensos problemas”, – afirmou a vítima, ajuntando que foi graças a essa intervenção que “impediu que o meu sobrinho me matasse”.

Do rescaldo da suposta tentativa de assassinato, Artur queixa-se de ter contraído várias lesões, de ficar com o maxilar esmagado e de ter perdido muito sangue. Para além dos danos físicos, ele também afirma que foram imensos os danos morais e financeiros que o agressor lhe terá causado.“Ele vai ter que pagar muito dinheiro por tudo isto, se não quiser passar o resto da sua vida na cadeia” – jura a vítima, acrescentando que “neste momento, as nossas relações estão definitivamente cortadas, pois para mim ele já não é mais meu sobrinho” – garante o alegado ofendido, sem nos confirmar se recuperou ou não a bicicleta de volta.

Fonte: Semanário Fim de semana
Link: http://www.fimdesemana.co.mz

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